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Como ter mais ideias para as suas histórias?




Uma das perguntas que mais ouço, em minhas andanças literárias, é: “Como você consegue inspiração para escrever?".

Para começar, é bom lembrar que as ideias não ocorrem de forma padronizada, como resultado de algum processo metódico. A inspiração tem vida própria e é imprevisível, surge quando quer e nos momentos mais incomuns.

Por essa singularidade, aprendi que quando a inspiração aparece, é aconselhável dar-lhe a devida atenção, anotando-se, logo que possível, todos os detalhes que invadam nossa mente embevecida.

Por entender a importância desse e de outros "truques", separei algumas dicas simples, baseadas em minha experiência pessoal, que podem ajudar a deixar sua imaginação mais propícia a novas ideias, principalmente se o seu caminho inclui a literatura infantil.

Tome nota

Pode parecer cansativo, à princípio, mas você vai ficar surpreso com a quantidade de pensamentos criativos que surgirão na sua mente, e que você costumava ignorar. E, como essa avalanche pode surgir do nada, também pode se evaporar na próxima nuvem de preocupações cotidianas, deixando você na mão quando for colocar em prática, pois já não se lembrará mais tão perfeitamente de tudo. Para evitar essa catástrofe, anote o mais rápido que puder! Aproveite para descrever o máximo de detalhes possíveis e use a ferramenta que mais se adéque a você, como um caderno ou celular. Existem, inclusive, vários aplicativos de texto e gravação de voz que você encontrá, para download gratuito, com uma busca simples no Play Store ou Apple store.

Treine pensar diferente do normal

Deixo, aqui, apenas um adendo, pois, criatividade não significa incoerência. As histórias precisam ter cabeça, ombro, joelho e pé – brincadeirinha - ou não terão a atenção de uma criança. A fantasia precisa ser mágica, mas, inteligível aos olhos infantis. Como certa vez disse o autor americano Ernest Hemingway, "escreva histórias que sejam tão improváveis quanto um sonho, tão absurdas quanto a lua de mel de um grilo e tão verdadeiras quanto o coração de uma criança." Acredito que essa seja a essência da literatura infantil.

Mantenha o olhar de espanto sempre

Tanto a beleza quanto a complexidade estão nos detalhes. Não subestime nada, esteja atento a tudo que puder. Tenha o olhar infantil que é capaz de se maravilhar com o arco-íris e o girassol. Surpreenda-se com a descoberta de que a simplicidade pode ser uma fonte riquíssima de novas e brilhantes histórias.

Converse mais, ouça mais

Não precisa sair por aí batendo papo com todo mundo que encontrar pela frente. Basta ouvir mais as pessoas e conversas aleatórias. Ouça impressões e opiniões diferentes, casos narrados em lugares públicos, histórias contadas por parentes e amigos. No caso da literatura infantil, eu diria que é preciso, ainda, ampliar a visão para um tipo mais apurado de observação e, a partir do real, do óbvio, do que literalmente enxergamos ou ouvimos, imaginar o improvável. Aí, a mágica acontece! Porque a inspiração surge dessa espécie de alquimia. Acredite, transformar a realidade em fantasia é a coisa mais divertida que existe! Certa vez, enquanto conversava com minha amiga Sueli Angarita, por um chat, falávamos sobre cabelos e ela, que tem cachos vermelhos e volumosos, fez um comentário despretensioso, mas extraordinário, sobre suas madeixas: “amo meus cabelos, mas odeio quando acordo descabelada e parece que fizeram ninhos na minha cabeça.” Pronto! Foi o suficiente para que um pequeno pensamento brotasse na minha mente, se transformando, pouco tempo depois, no livro Melina e as Borboletas Noturnas, cuja personagem lida com sua bela cabeleira alvoroçada. Enfim, tudo que for assimilado pode ser bastante útil na composição de novas histórias e personagens.

Acesse a criança dentro de você

Sempre que possível, mergulhe no universo infantil. Brinque, divirta-se e aproveite para resgatar a criança que um dia você foi. Acessar seu lado infantil adormecido fará com que você escreva na mesma linguagem que seu público alvo.

Leia o máximo que puder

Não apenas livros infantis, mas de outros gêneros, também. A leitura amplia nosso vocabulário, melhorando nossa escrita e nossa forma de enxergar o mundo. E, por falar em mundo, ler outras culturas é importante para compor nosso imaginário com minúcias diferentes do nosso cotidiano.

Para finalizar, acrescento o que pode soar como super clichê: escreva com paixão. Doe-se por completo, com a intenção de fazer de cada livro uma obra extraordinária. Atente para o conselho que o autor Austin Kleon direcionou a todos os aspirantes a escritores: "escreva o livro que você quer ler".

E você? Tem mais alguma dica que gostaria de compartilhar? Escreva nos comentários. Ficarei feliz em saber.

Grande abraço! :)



 

Autoria



Autora Andreia Marques

Andreia Marques, fundadora da editora Panóplia, é psicanalista, filósofa, escritora, poetisa, mediadora de leitura, blogueira e designer. Publicou oito livros infantis, organizou e participou de diversas antologias. Nasceu no Rio de Janeiro, em 1978 e foi durante a infância que se encantou por literatura e fantasia, escrevendo sua primeira história aos dez anos, através de uma atividade escolar. Mais tarde, vindo a trabalhar como designer, encontrou no mundo das imagens uma outra forma de contar histórias e começou a produzir literatura infantil.


Instagram: @andreia.marques.autora

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