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A dimensão paralela da literatura em "Os Livros Que Devoraram Meu Pai", de Afonso Cruz




Os livros que devoraram meu pai, capa, resenha, andreia marques


“Os poetas e os romancistas são aliados preciosos, e o seu testemunho merece a mais alta consideração, porque eles conhecem, entre o céu e a terra, muitas coisas que a nossa sabedoria escolar nem sequer sonha ainda.” Sigmund Freud



A literatura não é apenas uma “imitação” da realidade. Ouso dizer que se trata de um mundo à parte, ou dimensão paralela, que conseguimos acessar através da leitura de um bom livro, capaz de assumir o papel de portal, escancarado, permitindo o acesso a essas outras infinitas terras.


Em Os Livros Que Devoraram Meu Pai, de Afonso Cruz, editora Leya, a possibilidade de acessar esse universo distinto foi desenvolvida de modo extraordinário. Na história, o entediado escriturário Vivaldo Bonfim mergulha, em segredo, nos seus livros preferidos durante o expediente na repartição financeira onde trabalha. Até que, literalmente, desaparece em uma das obras, um exemplar de A Ilha do Dr. Moreau, de H.G.Wells.


Seu filho, Elias Bonfim, nasce pouco tempo depois do insólito incidente. E, até seu aniversário de doze anos, acredita que o mesmo havia morrido de um ataque cardíaco. Era o que todos diziam, ou preferiam acreditar. Pelo menos era mais aceitável que a história verdadeira, que é contada, finalmente, pela sua avó paterna ao entregar-lhe a chave do sótão que era de Vivaldo, repleto de seus livros favoritos, inclusive, A Ilha do Dr. Moreau. Elias, então, inicia uma busca por pistas sobre o paradeiro de seu pai, em uma jornada incrível entre livros clássicos, personagens inesquecíveis e a presença amiga do cachorro Prendick que surgiu de forma inusitada em suas incursões literárias.


Em paralelo com sua busca pelo pai, Elias Bonfim narra sua amizade com Bombo - menino espirituoso que sofre de diabetes e aprecia contos chineses - e sua paixão platônica por Beatriz que, segundo Elias, era a menina mais linda da escola, com o “sorriso escrito à mão”.


A versão da obra pela editora Leya traz algumas ilustrações que delimitam os capítulos. Desenvolvidas por Mariana Newlands, são monocromáticas, singelas e divertidas.



Os livros que devoraram meu pai, capa, resenha, andreia marques


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Os livros que devoraram meu pai, capa, resenha, andreia marques

A história, perfeita para quem ama livros, vai deixando pequenas pistas e referências ao longo do caminho. Cuidado, apenas, para não mergulhar de vez no mundo dos livros, assim como aconteceu com Vivaldo Bonfim.





Sobre o autor

Afonso Cruz, escritor

Afonso Cruz nasceu em Fiqueira da Foz, Portugal, em 1971. Além de escritor premiado, também é ilustrador, produtor de filmes de animação e compositor. Escreveu outros quatro livros: A Carne de Deus, Enciclopédia da Estória Universal, A Contradição Humana e A Boneca de Kokoschka.









Sobre a ilustradora

Mariana Newlands é designer gráfica, ilustradora e fotógrafa. Estudou Desenho Industrial na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e Design Gráfico e Computação Gráfica na Parsons School of Design, em Nova York. Formou-se mestre em literatura, também na PUC, escrevendo sobre bibliomania.





Curiosidades

- Afonso Cruz recebeu os seguintes prêmios literários: Conto Camilo Castelo Branco (2010), Autores SPA/RTP (2011), White Ravens (2011), Menção Especial do Prêmio Nacional de Ilustração (2011) e Prêmio Literário Maria Rosa Colaço (2009);

- Afonso Cruz é membro da banda The Soaked Lamb.




Trecho do livro

“Minha avó diz que isso pode acontecer quando nos concentramos verdadeiramente no que lemos. Podemos adentrar um livro, como aconteceu com meu pai. É um processo tão simples quanto nos debruçarmos em uma varanda, só que muito menos perigoso, apesar de ser uma queda de vários andares. Sim, porque a leitura das coisas pode ter muitos andares. Soube pela minha avó que um tal Orígenes, por exemplo, dizia existir uma primeira leitura, superficial, e outras mais profundas, alegóricas. Não vou me alongar nesse tema, basta saber que um bom livro deve ter mais do que uma camada, deve ser um prédio de vários andares. O rés do chão não serve à literatura. É adequado para a construção civil, é cômodo para quem não gosta de subir escadas, útil para quem não pode subir escadas, mas, para a literatura, são necessários andares empilhados uns sobre os outros. Escadas e escadarias, letras abaixo, letra acima.”



Fonte

- Informações contidas no próprio livro.





 

Autoria


Autora Andreia Marques

Andreia Marques, fundadora da editora Panóplia, é psicanalista, filósofa, escritora, poetisa, mediadora de leitura, blogueira e designer. Publicou oito livros infantis, organizou e participou de diversas antologias. Nasceu no Rio de Janeiro, em 1978 e foi durante a infância que se encantou por literatura e fantasia, escrevendo sua primeira história aos dez anos, através de uma atividade escolar. Mais tarde, vindo a trabalhar como designer, encontrou no mundo das imagens uma outra forma de contar histórias e começou a produzir literatura infantil.


Instagram: @andreia.marques.autora


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